janeiro 01, 2020

Eu, mãe | A maior aventura da minha vida - A minha gravidez


   Em setembro de 2016 senti o maior misto de em emoções que alguma vez imaginaria sentir. Foi daquelas noticias que me fez chorar nos primeiros dias, mas que passado uma semana tudo tinha passado. Confesso, quando descobri que estava grávida não reagi da melhor maneira. Foi um choque, pois eu profissionalmente estava tudo menos estabilizada e o meu namorado a terminar a licenciatura dele. Não foi fácil. Lembro-me de nos abraçarmos um ao outro, a fazer tantas perguntas em que não encontrávamos resposta. Não estávamos minimamente preparados para receber esta noticia, e o medo era muito. Era o medo de contar aos pais, pois apesar de namorarmos à mais de cinco anos, estabilidade financeira era nenhuma. Era não saber se financeiramente ia ser possível sustentar um bebé e claro, o medo de contar aos nossos pais. Nós sabíamos que apenas tínhamos duas hipóteses, ou avançávamos com a gravidez ou optávamos pela IVG (Interrupção Voluntária da Gravedez). 


    Optar pela IVG, para ser sincera, para mim era tudo menos uma hipótese. Apesar de mal receber a noticia, ligar para o meu centro de saúde a perguntar todos os procedimentos, quer para uma decisão, quer para outra, não estava sequer a conseguir ponderar essa solução. Eu conheço-me e sei que iria passar a vida toda a odiar-me por dentro caso o fizesse. Foi então que passado uns dias, já de cabeça fria decidimos contar aos nossos pais. A decisão já estava tomada, e apesar de todo o medo da aventura que se avistava, só nos restava partilhar a novidade. Era um misto de emoções muito grande, mas tinha que ser feito. Contamos, e felizmente a noticia foi aceite com mais alegria do que alguma vez eu pensei que fosse. Claro que nos primeiros instantes foi um choque para todos, mas de certa forma tanto os meus pais como os pais do meu namorado aceitaram bem a novidade. O que para nós ver ali o apoio deles foi uma bufada de ar fresco. Saber que tínhamos ali um apoio incondicional foi crucial para começar ali uma nova vida.  A partir desse dia, todos os dias foram uma novidade.

   Os enjoos começaram a aparecer frequentemente, cada manhã uma correria para a casa de banho. As borbulhas que eu nunca tinha ganho na cara saíram à tona. Sono e falta de energia foi uma constante. Posso dizer que o primeiro trimestre de gravidez foi tudo menos tranquilo. Foram muitas mudanças juntas, eu e o meu namorado optamos por ir morar juntos. Uma vida completamente nova estava a começar. Um mundo novo para descobrir. 

   Fazer a primeira ecografia, foi uma emoção sem palavras para descrever. Ver ali, um ser tão pequenino e indefeso, trouxe-nos um sentido de responsabilidade enorme. Foi aí que realmente percebemos que tomamos a decisão certa. Entretanto o meu namorado licenciou-se e rapidamente arranjou emprego na sua área. Tudo começou a compor-se. A barriga começou a crescer, e entretanto tivemos a novidade que íamos ser papás de um príncipe. Depois de tudo o que passamos foi então que decidimos chamar o nosso menino de Valentim. Valentim, uma pessoa valente, forte e vigorosa. O maior significado de valentia que poderíamos ter. É também a razão de este blog se chamar Valentina. Hoje, já nos sentimos os papás mais babados do mundo.

   Com 32 semanas de gravidez, os quilos a mais, as estrias que quiseram fazer uma visita, enfim o meu corpo mudou completamente. Mas cada pontapé que sinto, fazem-me perceber que tudo isso não significa nada comprado com a emoção de sentir em mim um menino tão pequenino. Preparar as coisas para recebê-lo é a nossa prioridade neste momento. E claro, agora entrar numa loja de bebés é uma perdição. É tudo tão fofinho. Mas há que haver moderação, pois eles crescem tão depressa que não vale a pena estar a investir em muita quantidade. 

   Esta nova experiência vai ser uma das temáticas abordadas no meu blog, poder partilhar tudo com vocês será muito bom, principalmente sabendo que poderei ajudar mais pessoas que estejam desse lado na mesma situação. Nunca se esqueçam que há sempre uma solução para tudo, e nem sempre aquilo que parece ser mais fácil o é. Nunca tomem decisões precipitadas que se venham a arrepender para o resto da vossa vida. Tomem sempre decisões com a devida consciência das suas consequências. Com força e determinação, podemos conseguir o impossível.