Foto: Filipe de Filipe Sousa - Photography Store
No início do Ano, todos nós fizemos as nossas listas de
objetivos para 2020. Fizemos contas ao nosso orçamento para saber como o gerir
da melhor forma, para assim conseguir orientar também a nossa vida financeira. E
claro, sempre dissemos “este ano é que vai ser”. Infelizmente está a acontecer
tudo ao contrário. É certo que não prevíamos que esta pandemia ia chegar a
Portugal. Mas chegou!
Para quem não sabe o Valentim ainda não está na creche. Está
com a avó do André e só em setembro vai para o infantário. O Valentim ainda ficou
algum tempo com a avó depois do vírus entrar no nosso país mas depois
achamos por bem, entre mim e o André, um de nós ficar com ele em casa. Pois o
Valentim não é considerado doente de risco, mas os avós pela idade são. Não acontece
só aos outros e involuntariamente poderíamos transmitir o vírus aos avós, o que assim conseguimos prevenir.
Decidimos então que eu ficaria em casa com o menino. Já
tinha metido os papeis na empresa para ficar com o Valentim, até que a empresa
do André decidiu que era melhor fechar para prevenção da saúde dos funcionários.
Assim veio o André para casa tomar conta do Valentim.
A empresa onde trabalho é do setor industrial pelo que não
foi obrigada a fechar. Desta forma neste período de medo em que vivemos, eu
tenho de continuar a minha atividade profissional e não posso estar em casa com
o meu filho.
Eu sei que ele com o Pai está bem. Mas não deixo de ficar
com o coração nas mãos quando saio de casa. Não só pelo Valentim, mas também
pelo André. Afinal, eu continuo a ser obrigada a andar na rua, e por muitos
cuidados que eu tenha, posso ficar contaminada com este vírus e levá-lo para
casa.
Com este texto quero apenas deixar a mensagem, para
aproveitarem este tempo que estão em casa com os vossos filhos, para os
aproveitarem ao máximo. Eu sei que é cansativo. Eu sei que chegam a um ponto
que já não sabem o que fazer. Mas lembrem-se que eles não têm culpa de
tudo o que está a acontecer. Eles são o
melhor que temos. E acreditem que eu dava tudo para estar com o meu filho em
casa. Mas não posso! Então só me resta abraçá-lo e brincar muito com ele assim que entro na porta de casa. Porque sei que aquele momento é para nós!
Para que todos possamos viver livres outra vez e sem medos.
Por favor fiquem em casa. Esta nuvem negra que paira em cima da nossa cabeça vai passar, e nós
vamos poder voltar às nossas rotinas e à nossa vida comum.