abril 08, 2020

Quando as crianças começam a identificar a dor.

Para nós pais é um alivio quando os nossos meninos começam a conseguir dizer o que doí.


Estes dias estava sentada a escrever para o blog, e de repente o Valentim veio ter comigo, a pedir para lhe colocar água "fresquinha" na barriga. Queixava-se que lhe doía a barriga.  Ora, eu não estando à espera, fiquei surpresa com a atitude dele, e fiz o que me pediu. Quando se aleija em casa da avó, é este o procedimento que ela adota para que ele esqueça as feridas que por vezes faz, e continue a brincar.

Contudo, eu fui então colocar a água que ele me pedira, e acabei por tentar ver se ele tinha caído e aleijado. Mas nada disso. Foi aí que caí em mim, e percebi que ele se está a tornar um homenzinho, e já começa a identificar o que é a dor. Após verificar que não tinha caído e não estava pisado, acabei por perceber que o que ele tinha, era nada mais nada menos que cólicas.  

Isto leva-me a pensar a forma como o tempo passa de maneira tão assustadora. Ainda à pouco eu tinha medo de não saber identificar se o menino estava doente, por ele não poder dizer se doí aqui ou ali. E agora ele já vem ter comigo a dizer "Mamã, doí a barriga." E é aqui que me apercebo da evolução dele enquanto criança. 

Percebi assim que chegamos a uma fase do seu crescimento em que eles próprios começam a identificar a dor. Começam a se aperceber se estão bem, ou  mal. E nós começamos também a perceber que de certa forma a preocupação de não saber o que eles poderão ter, começar a acabar, porque eles já o sabem identificar. 

Este foi um episódio, que pela sua natureza tão genuína, não o poderia deixar  passar em branco. Tinha que o trazer para aqui. Pois, sei que há muitos pais, principalmente de primeira viajem, que tal como eu estava assustada ao início, também o estão agora. No entanto, tudo passa, e a cada dia vemos que eles crescem e evoluem. E nós enquanto pais estamos aqui para os apoiar, cuidar e ajudar quando precisarem. E temos que os aproveitar ao máximo, porque amanhã eles serão grandes e vão seguir o rumo deles, mas mesmo assim, estaremos cá para o que precisarem.